Com a transformação do universo do trabalho, muitas empresas pelo mundo estão repensando seus formatos de jornada. Essa medida surge, sobretudo para oferecer maior equilíbrio entre produtividade e qualidade de vida. Modelos alternativos como a semana de quatro dias, escalas flexíveis e trabalho remoto têm ganhado força, no contexto mundial. Esse movimento abre portas para profissionais no Brasil que buscam carreiras com mais autonomia. Obivamente, a chance de receber salários em moedas fortes, como dólar e euro, também são atrativos.
No entanto, trabalhar para empresas estrangeiras não se resume apenas à vantagem de receber em moedas valorizadas. Modelos de escala como o “4×3” (quatro dias de trabalho e três de descanso) são cada vez mais adotados, por proporcionarem uma rotina mais equilibrada e com menor desgaste. Esses benefícios tornam o mercado de trabalho remoto ainda mais atraente para quem deseja ter uma vida profissional saudável e produtiva. Já no Brasil, estamos no começo de um debate importante, que pode extinguir um modelo de trabalho que está na contramão desse movimento global.
Escala de trabalho 6×1 no Brasil: hora de reavaliar?
A tradicional escala de trabalho 6×1 — seis dias de trabalho com apenas um de descanso — tem raízes no contexto de industrialização do Brasil. Ou seja, ela foi idealizada para atender à demanda por produção contínua, essa estrutura laboral foi muito utilizada em setores como o industrial e o de serviços. No entanto, com o crescimento do trabalho remoto e o debate sobre saúde mental e qualidade de vida, surge a questão: faz sentido manter esse modelo no cenário atual?
Talvez, para o Brasil, reavaliar o modelo 6×1 seja um passo necessário para acompanhar essas novas tendências e valorizar mais o bem-estar de seus trabalhadores. Por isso, parlamentares brasileiros colocaram esse assunto em pauta nos últimos dias. E existe uma grande expectativa em cima de um movimento que pode extinguir definitivamente essa jornada de trabalho. Dentro dessa discussão, o principal argumento gira em torno dos abusos provocados pela exploração da força de trabalho de milhares de brasileiros.
Escalas flexíveis e trabalho remoto pelo mundo: modelos que inspiram
Em vários países, modelos de jornada reduzida ou híbrida são cada vez mais comuns. É o caso da Suécia e do Reuno Unido, por exemplo, o modelo já mostrou que é possível manter a produtividade com menos horas. No Japão, onde o excesso de trabalho é um problema histórico, empresas estão implementando escalas flexíveis e trabalho remoto para melhorar a vida dos colaboradores.
Esses formatos, como a semana reduzida e escalas híbridas que combinam o presencial com o remoto, se popularizam também na Nova Zelândia, Bélgica e Espanha. E até mesmo em algumas empresas no Brasil, segundo levantamento do jornal O Globo. Além de aumentar a satisfação dos colaboradores, esses experimentos têm demonstrado impacto positivo na produtividade e na redução do estresse, inspirando as empresas nacionais.
Os benefícios de modelos alternativos
Estudos indicam que jornadas de trabalho mais flexíveis reduzem o estresse e contribuem para um aumento no bem-estar, com resultados diretos na produtividade. Com base nesta realidade, o jornal estadounidense The Economist indicou o tema de escalas flexíveis e trabalho remoto como um dos mais relevantes, com o fim da pandemia. Já no Brasil, onde o modelo 6×1 ainda é comum, adaptar as escalas de trabalho poderia ajudar a combater problemas como o burnout, a desmotivação e, sobretudo, a precarização do trabalho, que é cada vez mais latente no cenário nacional.
Portanto, reformular a jornada de trabalho não significa apenas reduzir a quantidade de horas trabalhadas, mas sim otimizar o tempo dos profissionais e fomentar uma cultura de maior valorização e respeito às necessidades de cada indivíduo, antes, durante e depois do horário comercial. Assim, como consequência, empresas que optam por essas mudanças estão mais aptas a atrair e reter talentos, especialmente em setores que exigem inovação e criatividade.
Por que a escala 6×1 está se tornando obsoleta?
Nos últimos anos, a escala 6×1 é vista como ultrapassada em um mercado que valoriza a flexibilidade, o descanso e uma valorização adequada. Por isso, em países que experimentam jornadas mais curtas, há uma valorização da saúde global de cada pessoa e um consequente aumento na felicidade dos trabalhadores. Talvez seja o momento de o Brasil refletir sobre a eficácia desse modelo e olhar mais de perto para práticas internacionais que mostram que trabalhar menos pode significar produzir mais e viver melhor.